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Uma investigação do adoecer



A investigação do adoecer, ao contrário do que muitos pensam vai muito além do que um diagnóstico patológico da doença. Essa é uma parte importante e necessária, mas não há profundidade no quesito explorar o doente, somente a doença.


Causas como alimentação incorreta, maus hábitos de vida, intoxicações e outras causas externas são importantes nessa busca do adoecer e até da cura, mas ainda explora-se pouco a origem mental/emocional da doença. Por ser um paradigma vigente, não há interesse em explorar o mental/emocional do paciente como etiologia (causa) crucial do adoecimento, independente das limitações de todos os tratamentos farmacológicos de que já são submetidos.



Tratar a doença ou dificuldade como consequência da própria escolha pessoal, mesmo que inconsciente, gera uma grande autorresponsabilidade. A maioria das pessoas não estão preparadas para isso, não querem enxergar que têm participação na própria doença/dificuldade, então preferem deixar tudo como está, sabotando a própria melhora. Essa exploração do “si mesmo” costuma incomodar, pois não estamos acostumados a nos olhar, refletir sobre nossos sentimentos, atos, muito menos observar o que costumamos pensar, sentir e nem questionar-nos.



É necessário ver, rever e reverter o que levou a pessoa a se adoecer e não apenas tratar a doença em si. Dependendo do tratamento a doença pode até desaparecer por um tempo ou sumir de vez, mas se a causa não for tratada, a mesma doença pode ressurgir ou outra no lugar dela. Explorar o motivo pelo qual há resistência em melhorar, também é necessário.



Essa busca a nível mental/emocional nem sempre é clara e fácil de respostas, principalmente pela ausência do hábito de auto-observação, como já foi citado, e porque nossa mente costuma esconder muito bem o que nos incomoda. É importante retirar a blindagem, a armadura do Ego e permitir que informações importantes venham a tona para o início de uma limpeza dos bloqueios, paradigmas e crenças que limitam uma saúde perfeita.



Todos aqueles que queiram iniciar um processo de cura podem iniciar perguntando a si mesmos:

-De que maneira a doença tem me servido?

-O que ela traz de beneficio para mim?

-O que poderia acontecer de ruim se ela fosse completamente curada?



A grande maioria responde: não sei ou nada. Será mesmo?


Como relatei acima, nossa mente esconde todas as respostas que acha desconfortável responder. Então é nosso dever refletir, com calma, avaliando, com muita sinceridade, essas perguntas.



Darei exemplos reais de como a doença ou dificuldade tem servido alguns dos meus pacientes:

- “Se eu me curar, meu filho vai embora de casa e vou ficar abandonada”;

- “Eu me puno para redimir dos erros do passado”;

- “A doença ajuda a provar a minha força”;

- “Se eu me curar vou precisar trabalhar e eu não gosto de trabalhar”;

- “A doença me ajuda a evoluir e aprender a ser uma pessoa melhor. Preciso dela;

- “É preciso sofrer para aprender”;

- “A doença me serve para desenvolver a capacidade de autocontrole”;

- “A doença me ensina a dar valor à vida”;

- “Se eu me curar, minha esposa e filhos vão deixa de cuidar de mim e me sinto incapaz para isso sozinho”.



Como relatei, a maioria dos pacientes não sabem responder essas perguntas. Costumo usar táticas para chegar a essas respostas e mesmo assim, cada resposta geram margens para investigações mais profundas, podendo surgir várias outras questões que podem ser trabalhadas e ressignificadas.



Por que é necessário saber e investigar essas questões?

Nossa realidade nada mais é do que aquilo que acreditamos ou intencionamos, mesmo que inconscientemente. Quando há mudança de algum padrão mental/emocional, uma nova consciência e uma nova realidade inicia-se.


Voltando ao ponto crucial do texto: o adoecer é muito mais profundo que somente a doença patológica. Existe uma escolha pessoal, mesmo que inconscientemente, pelo que se vivencia.



Exercitar passando a ser um observador de cada pensamento e sentimento que surgir, é uma excelente ferramenta de auto-ajuda.



Dra. Alice Antunes


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